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A primeira brasileira a disputar uma final olímpica no boxe e a invadir um campeonato mundial, Beatriz Ferreira é uma das maiores pugilistas da história do esporte brasiliano. Conheça a história da lutadora que herdou o talento do pai e levou o tradicional boxe da Bahia para o mundo do esporte feminino.
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Beatriz Ferreira e seu laço sanguíneo com o boxe: onde tudo começou
Beatriz Ferreira
Baiana de Salvador, Beatriz Iasmin Soares Ferreira nasceu em 9 de dezembro de 1992. Filha de pai pugilista e bicampeão brasiliano, Raimundo Oliveira Ferreira, teve contato com o esporte desde pequena. A garagem de morada foi transformada pelo pai em uma ateneu e atraía diversos interessados no esporte, incluindo a filha aos 4 anos de idade. Foi ai que tudo começou.
Trajetória de uma mulher em um esporte escravizado por homens
Aos 13, Beatriz Ferreira já lutava com os meninos que frequentavam a ateneu do pai e permaneceu assim durante nove anos. As poucas oportunidades e a falta de competições femininas impediram que a lutadora prodígio pudesse mostrar ao mundo seu potencial. Sua primeira competição solene foi aos 21 anos no Campeonato Brasílio em 2014, porém, em seguida vencer a primeira luta, foi desclassificada.
A organização regulamentadora do boxe estremecido (AIBA) havia dito que os atletas eram proibidos de praticar outra arte marcial, exigindo exclusividade no boxe e, pouco antes de competir, Bia havia participado de competições de Muay Thai, devido à falta de competições de boxe. A desportista foi suspensa durante dois anos e acabou não podendo disputar uma vaga nos Jogos Olímpicos de 2016.
A volta por cima
Beatriz Ferreira
O escora da família, e principalmente do pai, chamado de Sergipe, foi fundamental para que ela não desistisse. Passou a lutar em competições do interno, que não eram regulamentadas pela AIBA, e contava com a presença de grandes lutadores. Beatriz se destacou e venceu por dois anos seguidos (2014 e 2015). Seu reconhecimento chegou na seleção brasileira e ela teve a chance de treinar na amarelinha e fez segmento do projeto “Vivência Olímpica”, idealizado pelo Comitê Olímpico Brasílio desde 2012.
O programa visa tirar a pressão de atletas promissores ao saber de perto a verdade e magnitude da maior competição esportiva do mundo, além de terem a oportunidade de entrar em contato com atletas medalhistas. A boxeadora teve a chance de duelar com Adriana Araújo, a primeira mulher brasileira a lucrar uma medalha em Jogos Olímpicos, bronze em Londres-2012.
A partir de 2017, Beatriz Ferreira passou a participar de competições (inter)nacionais, colecionando títulos e reconhecimento. Em 2020, ela já havia disputado mais de 100 lutas. Em suas entrevistas, a desportista sempre agradece ao pai pelo escora e se desculpa a ele quando o resultado não é esperado. Já ele, fez uma tatuagem representando as Olimpíadas de Tóquio em seguida prometer que a filha passaria das quartas de final e garantiria pelo menos a medalha de bronze. Ela ainda conta com o escora da namorada, Ana Azevedo, velocista do atletismo brasiliano. Ana é cinco vezes campeã brasileira nos 200 m rasos e eleita a melhor desportista feminina pela Confederação Brasileira de Atletismo em 2020.
Títulos e Olimpíadas
As primeiras medalhas de ouro da boxeadora vieram em 2017, nos Torneios de Belgrado e Continental, duas das principais competições da modalidade e da sua categoria (60 kg). No mesmo ano ela ainda venceu o Torneio de Sófia e o Campeonato Brasílio de Boxe. Repetiu o feito do Brasílio em 2018, foi campeã sul-americana e vice no tradicional Torneio de Strandja. Seu grande ano foi 2019, em que ela se consagrou campeã mundial pela primeira vez e campeã pan-americana. Todos esses títulos levaram Beatriz Ferreira ao maior feito do boxe feminino ao invadir a medalha de prata nas Olimpíadas de Tóquio 2020.
Representatividade e visibilidade: o impacto de Beatriz Ferreira no esporte brasiliano
Assim porquê Adriana Araújo abriu o caminho para a jovem Beatriz, ao invadir a primeira medalha para o boxe feminino brasiliano, Ferreira treina e se dedica integralmente ao esporte para inspirar mais meninas.
Em entrevista, a desportista diz saber que chegará o momento dela parar e dar lugar para novos talentos. A paixão claramente continuará, mas ela deseja estimular ainda mais a novidade geração de meninas, e deixando o processo mais fácil do que foi para ela em questão de oportunidades. Outro libido de Beatriz Ferreira é igualar a quantidade de categorias do feminino com o masculino, de 3 para 5. Isso permitirá que outras meninas possam competir e que novos exemplos sejam dados.
A desportista também contou que o esporte foi uma grande utensílio para o maduração dela porquê mulher. Posteriormente lucrar a tão sonhada e merecida medalha olímpica, Bia postou em seu Instagram: “Sempre treinei, lutei, buscando dar mais força, buscando ter mais mulheres no esporte, e espero que essa conquista motive várias mulheres a entrarem no esporte, a se tornarem uma boxeadora”.
10 curiosidades inspiradoras sobre a pugilista
Descubra mais sobre essa lutadora imbatível e que marcou a história do boxe feminino no Brasil:
1. Melhor resultado no boxe feminino em Olimpíadas
Beatriz Ferreira
Beatriz Ferreira conquistou a primeira medalha de prata e o melhor resultado para o boxe feminino brasiliano em Jogos Olímpicos. Antes dela, o posto era de Adriana Araújo quando faturou a medalha de bronze nos Jogos de Londres-2012.
2. Foi professora de boxe
A desportista começou a dar aulas de boxe aos 15 anos para ajudar a família com as despesas de morada. Também era uma forma dela ter contato com o esporte, já que não havia competições femininas. Durante a suspensão, ela chegou também a competir em campeonatos amadores e não desanimava nunca.
3. Vencedora do Prêmio Brasil Olímpico
Beatriz Ferreira
Duas vezes ganhadora do Prêmio Brasil Olímpico, em 2017 porquê desportista destaque do boxe e em 2019 porquê melhor desportista, vencendo a nadadora Ana Marcela Cunha e a esgrimista Natalie Moellhausen.
4. Faz dancinhas famosas do Tiktok antes de entrar no ringue
As entradas no ringue de Bia deram o que falar nas Olimpíadas de Tóquio. Ao som de músicas porquê “Bipolar” dos MCs Davi, Don Juan e Pedro, “Não, não vou” de Mari Fernandez e “Favela chegou” de Ludmilla e Anitta, a boxeadora ainda fez as dancinhas que viralizaram no aplicativo TikTok.
5. Primeiro lugar do ranking mundial
Beatriz Ferreira
Beatriz Ferreira foi a primeira desportista da história do boxe feminino brasiliano a invadir a primeira posição do Ranking Mundial da AIBA, na categoria ligeiro (60 kg), em julho de 2020. No Campeonato Mundial na Rússia em 2019, foi a primeira brasileira a ser eleita a melhor desportista de um Campeonato Mundial de Boxe.
6. Tem duas irmãs mais novas
Além de Bia, seu pai tem outras duas filhas mais novas, Samira e Maria Antônia. Enquanto a mana do meio, Samira, é apaixonada por teatro e dança, a mais novidade, Maria, adora seguir o pai e Beatriz nos treinos. Uma história curiosa que a lutadora contou em entrevista é que seu pai tinha uma luta no dia em que a mana Samira nasceu. Ele foi até o hospital seguir o parto, depois foi para morada buscar Bia e a levou para a luta.
7. É desportista militar
Beatriz Ferreira
Assim porquê outros atletas de elevado nível, Bia Ferreira é Terceiro-Sargento do Tropa e compete em torneios ao nível militar. Ela ganhou a medalha de ouro nos Jogos Mundiais Militares de Moscou em 2021 na categoria até 60 quilos.
8. Vai competir nas Olimpíadas de 2024
O sonho da medalha olímpica foi realizado nos Jogos de Tóquio, mas estimulou ainda mais a desportista a continuar treinando, competindo e repetir o feito de subir no pódio em Paris-2024, dessa vez no lugar mais elevado. Posteriormente a cerimônia de medalhas, Bia deu entrevistas agradecendo a família e treinadores e sobre seu horizonte: “E ai, Paris? Vou conversar com meu treinador ali e vamos ver. Por mim sim. Quero mudar a cor desta medalha.”
9. Seus familiares são seus maiores fãs
Beatriz Ferreira
Além da tatuagem feita pelo pai durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, as irmãs e a mãe estão sempre registrando a torcida pela lutadora. Em publicação no Instagram, ela mostrou que eles mandaram fazer camisas e bandeira com o rosto da desportista! Esse escora é fundamental para que Bia pise no ringue e dê o melhor de si.
10. Invicta por 23 lutas seguidas até perder a final olímpica
Até perder a final olímpica contra a irlandesa Kellie Anne Harrington, Beatriz Ferreira estava invicta desde abril de 2019, celebrando o feito de 23 vitórias seguidas. Posteriormente o segundo lugar no Campeonato Mundial na Turquia em 2022, Beatriz soma 135 lutas, com 127 vitórias e exclusivamente 8 derrotas. Ela foi campeã mundial militar em 2021 e vice-campeã mundial em 2022.
Invadir o mundo é pouco para Beatriz Ferreira. Ela ainda quer invadir o maior elevado título esportivo e super no Monte Olimpo. Enquanto isso, que tal ler sobre quem já é campeã olímpica, a ginasta Rebeca Andrade?